Prefeito Diego fala sobre municipalização do DV

O JOGO – Quais razões motivaram o senhor a propor a municipalização do Estádio Décio Vitta?
DIEGO DE NADAI – Americana precisa estar envolvida em grandes eventos de todos os setores, inclusive do esporte, para ter nome forte e ser referência. Na questão da municipalização do estádio, nosso foco está voltado para a Copa do Mundo de 2014, que será no Brasil. Quando acabar a Copa da África, no dia 11 de julho, a partir do dia seguinte só vai se falar da Copa no Brasil. E temos a intenção sim de trazer uma seleção para um período de treinamentos em Americana. Já estamos trabalhando neste sentido, mas para receber uma seleção é preciso que a cidade esteja preparada e tenha um local adequado para que os treinos possam ser realizados. Nossa idéia é modernizar o Décio Vitta e prepará-lo para grandes espetáculos esportivos.
O JOGO – Quais os benefícios que Americana terá com uma seleção treinando aqui para a Copa do Mundo?
DIEGO – Muitos. Uma ação como essa ativa a economia e gera empregos e negócios. Americana vai estar exposta aos olhos do planeta, numa situação com reflexos fantásticos em todos os sentidos. Muita gente pode não saber, mas existem empresas em Americana que fabricam produtos, como etiquetas e tecidos, que são utilizados nos uniformes da seleção brasileira.
O JOGO – De onde virá o dinheiro para a modernização do estádio?
DIEGO – A grande parte virá através de recursos dos governos federal e estadual. A prefeitura também fará algum investimento, mas nada de extraordinário. É válido salientar que a questão política é muito importante para conseguir os recursos e neste campo estamos numa situação muito boa. Apesar de haver eleição em outubro, o resultado não trará influência em nossas solicitações. Se o (José) Serra for o presidente, ele é do PSDB, que também é meu partido. Se a Dilma (Roussef) ganhar a eleição, o Orlando Silva vai continuar como ministro do Esporte e sua relação com Americana é muito estreita. Ele é um amigo da cidade.
O JOGO – Mas o senhor só está pensando numa seleção treinando em Americana?
DIEGO – De forma alguma. Temos vários planos para utilização do Décio Vitta. Hoje, por exemplo, os grandes clubes do Estado fazem clássicos em Presidente Prudente, que fica distante da Capital. Americana está a pouco mais de 120 km de distância. Com um estádio moderno e em condições, tenho certeza que os clubes vão preferir jogar aqui do que em outras cidades.
O JOGO – Há outros planos?
DIEGO – Sim, há outros sim. Vamos levar nossas crianças, tanto as que estão envolvidas em vários projetos como as que não estão, para realizar atividades esportivas, sociais e de lazer em toda área do estádio. Além disso, a municipalização do Décio Vitta significará economia de recursos à prefeitura, pois vamos utilizar a estrutura física do local para alguns de nossos departamentos, que hoje ocupam imóveis alugados na cidade. Deixaremos de gastar com aluguel.
O JOGO – Hoje, segundo os próprios dirigentes do Rio Branco, gasta-se entre R$ 20 mil e R$ 25 mil por mês na manutenção do estádio. Como a prefeitura vai cobrir esse valor?
DIEGO – É preciso que fique bem claro que o que é despesa para o Rio Branco, não é para a prefeitura. É uma situação bem simples e clara. O clube tem que gastar esse dinheiro porque não tem equipamentos e funcionários necessários para execução dos serviços, enquanto a prefeitura tem tudo isso. É apenas uma questão de remanejamento de pessoal. A manutenção do estádio vai entrar no custeio do dia-a-dia da administração.
O JOGO – O senhor não teme que a municipalização do Décio Vitta passe a impressão de que a prefeitura está socorrendo o Rio Branco, que é um clube particular?
DIEGO – De forma alguma. Embora alguns segmentos possam ter esse entendimento, o fato é que não estou investindo no clube e sim na cidade, porque o estádio será de Americana. De qualquer maneira, é importante ressaltar que, quando necessário, auxiliei o Rio Branco, assim como auxiliei os outros clubes da cidade. Tudo o que puder ser feito para que os clubes sejam fortes, será feito. Não há, de forma alguma, privilégio para um em detrimento de outro.
O JOGO – Caso o projeto de municipalização tenha que passar pela Câmara de Vereadores, o senhor tem receio de rejeição?
DIEGO – Sinceramente, estou muito tranquilo neste sentido e não acredito que haja rejeição porque o projeto é muito bom para Americana. Acho justo que os vereadores questionem e queiram esclarecimentos. Isso tudo faz parte. O que não consigo entender, por exemplo, é a posição dos vereadores do PT (Celso Zoppi e Adelino Leal) que já estão se posicionando contrários ao projeto sem ao menos conhecê-lo. É preciso que haja uma linha de conduta coerente do PT, pois em Araraquara o estádio foi municipalizado e totalmente reformado com verba do governo federal, que é do PT. Quer dizer, o governo federal, ao liberar verba para o projeto de Araraquara, deixou evidente que é favorável à municipalização e à modernização dos estádios de futebol. Aqui em Americana os petistas seguem em direção contrária. Difícil de entender, não…
O JOGO – Além de alguns vereadores, também há segmentos da sociedade se posicionando contrários à municipalização…
DIEGO – É muito engraçado. No começo do ano, todo mundo reclamava porque o Décio Vitta não estava em condições e por isso não podia receber jogos do Campeonato Paulista. Agora que há quem queira ajudar, os mesmos que reclamavam antes, continuam reclamando. Prefiro, honestamente, que reclamem e critiquem comigo fazendo algo do que me omitindo.
O JOGO – O argumento daqueles que têm posição contrária é de que existem outras prioridades e necessidades em Americana…
DIEGO – As minhas prioridades para Americana sempre foram, continuam sendo e sempre serão a saúde e a educação. E temos feito muito nestas duas áreas. Os investimentos são enormes, nunca vistos na cidade. Podem ter certeza plena e absoluta de que Americana caminha para voltar a ter sua importância e atingirá esse objetivo. Só que numa cidade forte também há, entre outras, a questão do esporte. Também teno planos nesta área e vou colocá-los em prática para o crescimento esportivo. Como prefeito de Americana, não posso, em hipótese alguma, pensar pequeno. Tenho que pensar grande como a cidade merece e necessita. Se fosse para pensar pequeno, não sairia da Câmara e continuaria sendo vereador.
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