quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Morte reacende polêmica sobre uso do cero


Ana Carolina Leal - editornet@liberal.com.br
Arquivo O Liberal  


Região - A morte do pedreiro Ezequias Pessoa do Nascimento, de 35 anos, anteontem, provocada por uma linha com cerol (mistura de cola, limalha e vidro moído) reacendeu a polêmica sobre o uso do produto para empinar pipa. O pedreiro morreu ao sofrer um corte profundo na garganta. Ele pilotava uma moto pela Estrada de Cillo, em Santa Bárbara d'Oeste, quando enroscou na linha que empinava uma pipa. A polícia não identificou a pessoa que soltava o papagaio.Segundo o inspetor educativo e preventivo do Corpo de Bombeiros de Sumaré, Laércio Santana Júnior, pelo Código Penal, maiores de 18 anos que forem flagrados vendendo, dando ou usando o cerol podem ser enquadrados nos artigos 242 e 132 e pegarem de três a seis anos de reclusão.
No caso de crianças, conforme determina o artigo 249 do ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) - desobedecer orientação dos pais ou responsáveis e brincar com substância perigosa - é registrado um ato infracional e o caso encaminhado a um juiz. "A criança acaba cumprindo uma medida socioeducativa e os pais ou responsável têm de pagar uma multa, cujo valor é estipulado pela Justiça", afirmou. Por ano, o Corpo de Bombeiros de Sumaré realiza aproximadamente 60 palestras em escolas públicas e municipais sobre o projeto "Cerol Não".
Em Santa Bárbara d'Oeste, a Prefeitura afirmou, via assessoria, realizar campanhas constantes de conscientização quanto aos riscos do uso de material cortante em linhas de pipa. No ano passado, palestras educativas feitas por patrulheiros da Guarda beneficiaram cerca de 550 crianças e jovens atendidas pelos programas PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) e Cimca (Centro Integrado Municipal da Criança e do Adolescente).
Na cidade de Nova Odessa, o uso e comércio do cerol são proibidos desde 2004, quando foi aprovada a Lei Municipal 2.000, do então vereador José Aparecido de Moraes Júnior. A multa para os pais da criança ou adolescente que utilizar o material é de R$ 340,51. Já a multa para quem comercializa o cortante é de R$ 681,00, além de ficar sujeito à cassação do alvará de funcionamento do estabelecimento em caso de reincidência.
Hortolândia dispõe de duas leis sobre o assunto. Uma delas (2263/09) inclui no calendário municipal a Semana Educativa Pipas Sem Corte - Pipa Legal. Pela legislação, na primeira semana de junho, as escolas realizam ações em prol da conscientização do não uso do cerol. Já a outra lei (1059/02) afirma ser proibido o uso de substâncias cortantes em linha de pipas assim como a venda desse tipo de material. A fiscalização é de responsabilidade da Guarda Municipal e da Polícia Militar. Em Americana, os guardas municipais realizam um trabalho de orientação e fiscalização quanto ao uso do cerol no período de férias escolares.
CEROL
O que é
- Uma mistura de cola de madeira com vidro moído que as crianças passam na linha dos papagaios e pipas para cortar a linha das pipas de outras crianças. Esta mistura faz com que a linha se torne uma verdadeira navalha causadora até de acidentes fatais
Riscos - Os maiores riscos são os cortes causados pelas linhas, sendo que os motociclistas são as principais vítimas. Em caso de acidentes, o pescoço é a parte mais atingida, principalmente devido a falta de proteção. Capacetes sem as viseiras podem favorecer o corte no rosto e olhos
Fonte - www.kitpipa.com

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